O Pix tem impactado significativamente os pagamentos em dinheiro, levantando a questão sobre se o próximo alvo será o cartão de crédito.
O sistema de pagamento instantâneo Pix tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil nos últimos três anos, superando o dinheiro em espécie e as transferências bancárias em muitos casos. Agora, surge a pergunta sobre se ele representará uma ameaça para a predominância dos cartões de crédito, especialmente no comércio eletrônico.
O Banco Central desenvolveu o Pix como uma ferramenta para facilitar os pagamentos, e sua rápida adoção tem beneficiado os varejistas online, impulsionando o fluxo de caixa em um setor que opera com margens apertadas. Ao mesmo tempo, o Pix desafia os modelos de negócios associados à infraestrutura dos cartões de crédito para bancos e fintechs.
Os dados indicam que o uso do Pix aumentou significativamente, com mais de 42 bilhões de transações realizadas no ano passado, superando as transações combinadas de cartões de crédito e débito. No varejo online, o Pix já responde por mais de um terço de todas as compras, enquanto o uso de cartões de crédito tem diminuído.
Essa tendência pode se intensificar com as inovações planejadas pelo Banco Central para o Pix, incluindo pagamentos recorrentes e parcelados, o que ampliaria ainda mais o papel do sistema no varejo.
Uma das principais razões para a ascensão do Pix é sua baixa taxa para os varejistas, em comparação com as taxas de cartões de crédito e débito. Enquanto as taxas médias do Pix são de cerca de 0,22% por transação, as taxas dos cartões de crédito podem ultrapassar 2,2%.
Essa mudança no cenário de pagamentos está levando empresas do setor financeiro a repensar suas estratégias. Além disso, o Banco Central está preparando novas funcionalidades para o Pix, como o Pix Automático, que permitirá o pagamento automático de contas recorrentes, e o Pix Garantido, que permitirá pagamentos parcelados.
Essas mudanças podem acelerar ainda mais o crescimento do Pix e representar uma ameaça para os modelos tradicionais baseados em cartões de crédito. Empresas que dependem desses modelos precisarão se adaptar ou correrão o risco de perder relevância no futuro.