A Americanas realiza uma segunda reunião com instituições bancárias e confirma a manutenção da capitalização de R$ 12 bilhões.

A empresa Americanas (BVMF: AMER3) realizou uma nova reunião com bancos na terça-feira, 10, e confirmou que manterá a capitalização de R$ 12 bilhões em sua dívida, conforme divulgado em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no mesmo dia. A empresa também anunciou que emitirá uma nova dívida no valor de R$ 1,875 bilhão para refinanciar parte de suas dívidas concursais existentes.

A forma como a capitalização ocorrerá sofreu alterações. Anteriormente, a Americanas propunha um aporte de R$ 10 bilhões por parte dos principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, juntamente com a possibilidade de uma capitalização futura de R$ 2 bilhões, sujeita ao desempenho financeiro da empresa. Agora, de acordo com a nova proposta, esses R$ 2 bilhões também serão aportados a curto prazo, sem condicionantes.

Em abril, a Coluna do Broadcast havia relatado que os bancos demandavam que esses R$ 2 bilhões futuros fossem aportados imediatamente, visto que isso ampliaria as perspectivas de recuperação dos créditos.

Dos R$ 12 bilhões, R$ 2 bilhões correspondem a um empréstimo debtor-in-possession, um tipo de empréstimo concedido a empresas em recuperação judicial que dá prioridade de recebimento ao credor. A Americanas já utilizou duas parcelas desse montante, uma de R$ 1 bilhão e outra de R$ 500 milhões, para manter suas operações em andamento enquanto o acordo não era finalizado.

A empresa Americanas informou que as negociações estão em estágio avançado e continuam com a intenção de pagar integralmente as Classes I (trabalhista) e IV (micro e pequenas empresas) da recuperação judicial. Além disso, o acordo inclui opções de pagamento diferenciado para fornecedores, conforme o plano de recuperação judicial apresentado à Justiça em 20 de março.

“A Companhia mantém seu compromisso nas negociações destes termos com seus credores financeiros, buscando uma solução sustentável que permita a continuidade de suas atividades”, afirmou a diretora financeira e de relações com investidores, Camille Loyo Faria, no comunicado à CVM.

A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio devido a dívidas no valor de R$ 43 bilhões, após revelar uma fraude contábil de R$ 20 bilhões.