A Ford registra seu segundo ano consecutivo de lucro após encerrar suas operações fabris no Brasil e transformar-se em uma empresa importadora.
Quase três anos após anunciar o encerramento das operações fabris no Brasil e a transição para se tornar importadora de modelos da marca, a Ford (NYSE:F) comemora seu segundo ano consecutivo de lucro na América do Sul, onde o Brasil representava aproximadamente 70% das vendas. Focando exclusivamente em modelos premium e exportando serviços de tecnologia, a empresa não revelou os números financeiros específicos da região.
Ao comunicar o encerramento da produção local em 2021, a montadora alegou operar com prejuízos ao longo de vários anos. No entanto, a decisão de manter um centro tecnológico na Bahia e um laboratório em Tatuí (SP) demonstra o comprometimento da Ford com o desenvolvimento de sistemas tecnológicos. Atualmente, 35% desses sistemas são desenvolvidos pela filial brasileira e exportados, gerando um faturamento de R$ 500 milhões.
A estratégia de focar em vendas de modelos importados premium, com preços variando de R$ 210 mil a R$ 576,5 mil, tem sido bem-sucedida. A Ford, que agora possui um portfólio composto por cinco picapes, dois SUVs, o esportivo Mustang e três comerciais leves, registrou um aumento de 38% nas vendas até novembro em comparação com o mesmo período de 2022.
Além disso, a reversão da propriedade da fábrica de Camaçari foi finalizada, tornando-a oficialmente propriedade do governo da Bahia. O imóvel agora pertence à BYD, que investirá R$ 3 bilhões na planta para a produção de automóveis híbridos e elétricos, ônibus, caminhões e, futuramente, processamento de lítio.
Ao devolver as instalações, a Ford recebeu R$ 220 milhões para cobrir os custos de prédios e infraestrutura, enquanto a fábrica da Troller, no Ceará, continua à venda sem previsão de fechamento de negócio no momento.