Em 2024, o lucro da Petrobras caiu 70,6%, registrando um prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre.

Postado Por: Redação Categoria: Ações Comentários: 0

Em 2024, o lucro da Petrobras caiu 70,6%, registrando um prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre.

A Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, em contraste com o lucro líquido de R$ 31 bilhões obtido no mesmo período de 2023. Segundo a companhia, os resultados foram impactados por fatores contábeis relacionados ao câmbio e pela queda no desempenho dos segmentos de exploração, produção, refino e comercialização.

Esse cenário contribuiu para uma redução de 70,6% no lucro líquido anual, que fechou 2024 em R$ 36,6 bilhões. No ano anterior, a Petrobras havia registrado o segundo maior lucro de sua história, alcançando R$ 124,6 bilhões.

A companhia também foi afetada por um recuo de 2% no preço do barril de Brent e uma queda de 39% no “crackspread” do diesel, diferença entre o preço médio do combustível no mercado global e o do petróleo. Durante 2024, a estatal manteve os preços internos dos combustíveis inalterados, evitando repassar a volatilidade do mercado.

Apesar do cenário desafiador, a Petrobras registrou um fluxo de caixa livre de R$ 21,7 bilhões no quarto trimestre, uma redução de 45,5% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o fluxo de caixa somou R$ 124,05 bilhões, queda de 20,1%. Mesmo com essa retração, o conselho da companhia aprovou o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos aos acionistas, sujeito à confirmação em Assembleia Geral Ordinária. No total, a remuneração aos acionistas referente a 2024 deve alcançar R$ 75,8 bilhões.

De acordo com Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, a variação cambial entre dívidas da Petrobras e de suas subsidiárias no exterior teve forte impacto nos resultados. “São operações internas que geram efeitos opostos e, ao final, se equilibram economicamente. A variação cambial entrou no resultado líquido da holding no Brasil, reduzindo o lucro de 2024, mas trouxe impacto positivo no patrimônio”, explicou.

Se fossem desconsiderados eventos não recorrentes, o lucro líquido da estatal no quarto trimestre teria sido de R$ 17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões), enquanto o resultado anual ajustado ficaria em R$ 103 bilhões (US$ 19,4 bilhões).

Outro fator que pesou no balanço da Petrobras foi a adesão, em junho de 2024, ao edital de contencioso tributário. Com isso, a empresa encerrou disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações e contratos de prestação de serviços.

Resultados Operacionais

O Ebitda ajustado da Petrobras caiu 38,7% no quarto trimestre, totalizando R$ 40,97 bilhões. No acumulado do ano, a redução foi de 18,2%, chegando a R$ 214,42 bilhões.

No segmento de Exploração e Produção, o lucro operacional caiu 13,3% em 2024, para R$ 147,7 bilhões. Já a divisão de Refino, Transporte e Comercialização teve queda de 35,3%, fechando o ano em R$ 16,6 bilhões.

A estatal destacou que, ao longo de 2024, o mercado foi impactado pela redução do preço do Brent e do “crackspread” do diesel. Mesmo assim, o Ebitda ajustado sem eventos exclusivos atingiu R$ 245,8 bilhões.

A receita de vendas no quarto trimestre foi de R$ 121,27 bilhões, queda de 9,7% em relação ao mesmo período de 2023. No ano, a receita totalizou R$ 490,83 bilhões, uma retração de 4,1%.

As vendas totais de petróleo, gás e combustíveis caíram 3,1% em 2024, fechando o ano com 2,914 milhões de barris por dia.

Mesmo diante das dificuldades, a companhia aumentou seus investimentos. Em 2024, desembolsou US$ 16,6 bilhões, um crescimento de 31,2% em relação ao ano anterior. Esse valor ficou 15% acima da previsão inicial divulgada em agosto. Segundo a estatal, a antecipação de investimentos em plataformas no campo de Búzios reduziu a diferença entre a evolução física e financeira dos projetos.

A dívida financeira da Petrobras encerrou o ano em US$ 23,2 bilhões, o menor nível desde 2008. No entanto, a dívida líquida aumentou 16,9% em relação a 2023, chegando a US$ 52,24 bilhões. Isso ocorreu devido ao crescimento de 31,9% nas despesas operacionais no quarto trimestre, que totalizaram R$ 43,1 bilhões. No acumulado do ano, esses custos atingiram R$ 105,8 bilhões, alta de 33,7%.

Em tributos, a estatal recolheu R$ 270 bilhões aos cofres públicos em 2024, o segundo maior montante da última década.

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