Ações da Electrolux caem após resultados e projeções decepcionantes no 3º trimestre
As ações da Electrolux (ELUXb) caíram mais de 13% nesta sexta-feira, 25, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que mostraram uma acentuada queda no lucro operacional, em grande parte devido ao fraco desempenho na América do Norte.
A fabricante sueca de eletrodomésticos registrou uma redução de 27% no lucro operacional, considerada uma “surpresa negativa” por analistas da Citi Research. Embora o mercado europeu tenha oferecido alguma compensação com margens sólidas, o desempenho abaixo do esperado nos EUA dominou o relatório.
A divisão norte-americana viu uma redução de 0,3% nas vendas, ficando abaixo das expectativas consensuais por 50 pontos-base. “A performance fraca nos EUA foi parcialmente atribuída à menor força de precificação”, apontaram os analistas da Citi. Esse resultado ofuscou o crescimento acima do esperado na Europa e América Latina, resultando em uma perspectiva mista para a empresa.
As vendas líquidas totais do grupo no trimestre atingiram SEK 33,3 bilhões, superando ligeiramente as previsões, com um crescimento orgânico de 6,2% e superando as estimativas em 210 pontos-base. No entanto, o lucro operacional ajustado foi de SEK 717 milhões, ficando 27% abaixo das previsões do mercado.
Enquanto a América do Norte continuou no vermelho, a margem europeia apresentou um bom desempenho, alcançando 4,2% e superando as expectativas em 50%. Na América Latina, apesar do crescimento robusto da receita, a margem ficou em 6,5%, aquém da previsão de 7,2%. Um ponto positivo foi o fluxo de caixa após investimentos, que atingiu SEK 1,05 bilhão, mais que o dobro da estimativa da Citi.
Ainda assim, o aumento no fluxo de caixa foi contrabalançado pelo anúncio de que a receita com a venda de ativos planejada será inferior ao anteriormente previsto, aumentando o sentimento negativo.
Para o futuro, a Electrolux revisou sua perspectiva sobre fatores externos, como câmbio e custo de matérias-primas, de positiva para neutra. Esse ajuste reflete uma expectativa mais moderada para as margens. O investimento de capital para 2024 foi reduzido para SEK 5 bilhões, diminuindo a faixa anterior de SEK 5-6 bilhões.
Regionalmente, a Electrolux prevê um cenário misto: enfraquecimento na Europa, manutenção positiva na América Latina e estabilidade na América do Norte. A empresa também antecipa maior pressão sobre volumes e preços, destacando que a perda de força na precificação poderá ser um obstáculo futuro.
“Prevemos uma redução de dois dígitos nas expectativas consensuais para 2024; consideramos que as projeções para 2025 também estarão sob pressão”, avaliou a Citi. Os analistas alertaram que o aumento dos preços do aço e da energia pode reduzir ainda mais as margens, embora haja potencial de melhora se a Electrolux conseguir estabilizar preços e mix de produtos. Mesmo assim, com a atual pressão sobre os preços, manter a lucratividade em 2024 será um desafio significativo.