Amazon traz internet via satélite ao Brasil para competir com a Starlink de Elon Musk

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Amazon traz internet via satélite ao Brasil para competir com a Starlink de Elon Musk

A Amazon, em parceria com a empresa argentina de serviços de entretenimento digital Vrio, anunciou nesta quinta-feira, 13, o lançamento do Projeto Kuiper no Brasil. O objetivo é fornecer conectividade de banda larga via satélite para regiões remotas e de difícil acesso à internet. Além do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai também terão acesso ao serviço, que competirá com a Starlink, de Elon Musk.

O Projeto Kuiper, uma iniciativa da Amazon lançada em 2018, visa criar uma constelação inicial de 3.236 satélites de baixa órbita terrestre, localizados a cerca de 550 km da Terra, em comparação com os satélites geoestacionários que ficam a cerca de 36 mil km. Esses satélites são projetados para fornecer internet de alta velocidade e baixa latência globalmente.

O público-alvo do Projeto Kuiper inclui principalmente regiões remotas e rurais onde a infraestrutura de internet terrestre é limitada ou inexistente. Esse grupo abrange comunidades que necessitam de acesso a serviços digitais como educação online, telemedicina e comércio eletrônico.

Além disso, o Kuiper visa consumidores residenciais e pequenas empresas que buscam uma conexão rápida e confiável. A tecnologia promete ser uma alternativa eficaz em áreas de difícil acesso, oferecendo cobertura ampla e consistente.

“Essa é a banda larga do espaço, que nos leva a lugares onde é muito caro ou muito difícil construir uma infraestrutura terrestre”, explica Bruno Henriques, líder de desenvolvimento de negócios para América Latina do Projeto Kuiper, ao Estadão. “Em locais onde há desastres ou situações de emergência, quando a fibra não está disponível, a banda larga que vem do espaço é uma boa opção.”

A constelação de satélites do Projeto Kuiper tem o lançamento comercial previsto para 2025. A rede será composta por satélites interconectados por links ópticos de alta velocidade, formando uma malha no espaço que se conectará a uma infraestrutura terrestre de antenas e pontos de acesso à internet.

Em outubro do ano passado, a Amazon lançou dois protótipos dos satélites da constelação, mas os equipamentos comerciais serão lançados ainda este ano. “É o serviço e o produto perfeito em que você pode obter um enorme impacto social porque o acesso à internet realmente muda a vida das pessoas”, diz Henriques.

Para colocar esses satélites em órbita, a Amazon anunciou parcerias com empresas como United Launch Alliance, Arianespace, Blue Origin, de Jeff Bezos, e SpaceX, da concorrente Starlink.

A parceria com a Vrio permitirá que a Amazon utilize a infraestrutura de distribuição e os recursos locais da empresa argentina para implementar os serviços do Projeto Kuiper de forma eficiente. No Brasil, a Sky será responsável por oferecer a conexão, enquanto a DirecTV Latin America cuidará dos demais países participantes do projeto.

Espera-se que até meados de 2025, após o lançamento oficial dos serviços de internet por satélite, o Kuiper tenha mais de 1,8 mil pontos de venda e mais de 2 mil revendedores na América Latina. A Amazon não divulgou a data de início da comercialização nem os preços que serão praticados, que dependerão do sucesso na formação da rede de satélites.

De acordo com o vice-presidente da Vrio, Lucas Werthein, um dos pontos fortes do Projeto Kuiper será a acessibilidade e a facilidade de instalação do equipamento. “Quando um cliente o recebe, a única coisa que precisa fazer é colocá-lo no lugar mais alto possível em sua casa e sem obstrução da antena. Em seguida, basta conectá-lo ao modem e ligá-lo à eletricidade,” explica Werthein.

O Projeto Kuiper e a Starlink competem no mercado de internet via satélite com diferentes abordagens e capacidades. A Starlink promete velocidades de até 150 Mbps com latências entre 20 e 40 ms. O terminal padrão do Kuiper oferece velocidades de até 400 Mbps, com 30 a 50 ms de latência, por um custo de produção inferior a US$ 400. Além disso, o Kuiper inclui um terminal portátil e ultracompacto de 7 polegadas quadradas que oferece velocidades de até 100 Mbps, e um terminal de nível empresarial capaz de atingir até 1 Gbps.

Essa estimativa de preço compete com a internet de Musk, principalmente porque, em agosto, nos EUA, o valor do plano de roaming global da Starlink vai subir de US$ 200 para US$ 400. No Brasil, o serviço básico de internet fixa para residências da Starlink custa R$ 184, mais impostos, além do valor do aparelho, que é de R$ 2.000.

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