Diretora afirma que Petrobras pode iniciar a operação de uma nova plataforma em Búzios já na próxima semana.
A Petrobras poderá iniciar, já na próxima semana, a produção da plataforma FPSO Almirante Tamandaré, localizada no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos.
Inicialmente, a entrada em operação da unidade estava prevista para o final de 2024 ou início de 2025, segundo declarações anteriores de executivos da empresa.
“(Está) muito próximo (de começar a produzir). Quem sabe até a semana que vem”, afirmou Sylvia durante um evento no Rio de Janeiro.
A plataforma FPSO Almirante Tamandaré tem capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás diariamente. Construída em um estaleiro na China, a unidade chegou ao Brasil no ano passado.
Búzios é atualmente o segundo maior campo produtor de petróleo do país, ficando atrás apenas de Tupi, que está em declínio. Com a entrada em operação do Almirante Tamandaré, o campo passará a contar com seis plataformas em atividade, que incluem os FPSOs P-74, P-75, P-76, P-77 e Almirante Barroso.
“(Almirante Tamandaré) é a maior plataforma do Brasil e da América Latina”, destacou a diretora, ressaltando que a produção será ampliada gradualmente até alcançar sua capacidade total.
As declarações foram dadas durante uma cerimônia da Petrobras com o Serviço Geológico do Brasil, ocasião em que foi assinado um termo de cooperação para a revitalização do Museu de Ciências da Terra e a construção do Centro Científico e Cultural da Urca.
Avanços na Margem Equatorial
Sobre a exploração de novas fronteiras de óleo e gás, Sylvia dos Anjos demonstrou otimismo em relação à obtenção de uma autorização do Ibama para avançar na exploração da Bacia da Foz do Rio Amazonas, em águas ultraprofundas no estado do Amapá, ainda no primeiro trimestre deste ano.
Embora a região do litoral norte do Brasil apresente grande potencial para descobertas de petróleo, os desafios socioambientais têm gerado resistência ao longo dos anos para a perfuração da área.
A Petrobras aguarda atualmente uma resposta do Ibama a um pedido de reconsideração submetido em 2023, após o órgão ambiental ter negado uma licença de perfuração. Até o momento, o Ibama não definiu um prazo para responder.
De acordo com Sylvia, a empresa planeja concluir, até fevereiro, a construção de um centro de resgate, chamado de unidade de despetrolização, na cidade de Oiapoque, no Amapá, o que atenderia à “última grande exigência” do Ibama para a emissão da licença.
“Estou esperando essa licença há dez anos, mas jamais vamos desistir. Temos uma ampla certeza que, fazendo com segurança e preservação do ambiente, vamos operar sem riscos”, declarou. “Onde tem Petrobras, tem proteção do meio ambiente”, completou.
A diretora também enfatizou que a Margem Equatorial, região que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, tem papel essencial no crescimento das reservas e na ampliação da produção futura de petróleo. Ela alertou que, sem avanços nessa área, o Brasil corre o risco de voltar a ser importador de petróleo em uma década.
Reflexos Internacionais
Questionada sobre possíveis impactos das declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumiu o cargo recentemente prometendo ampliar a produção de petróleo norte-americano e reduzir os preços da commodity, Sylvia dos Anjos minimizou eventuais reflexos sobre os planos da Petrobras.
“Nosso plano é muito robusto, centrado no Brasil. Não vejo como interferir negativamente. Temos que esperar as coisas acontecerem. Tá todo mundo parando com a chegada do Trump, mas temos muito a fazer aqui”, declarou. “Se o preço do petróleo cair, é bom… diminui o lucro (das empresas), mas é positivo porque as pessoas terão gasolina mais acessível”, concluiu.
