No quarto trimestre, a Vale registrou um prejuízo líquido de US$ 694 milhões.

A Vale encerrou o quarto trimestre com um prejuízo líquido de US$ 694 milhões, revertendo o lucro de US$ 2,4 bilhões obtido no mesmo período do ano anterior. O desempenho negativo foi impactado por baixas contábeis em ativos do Canadá, conforme divulgado pela mineradora nesta quarta-feira.

O prejuízo ocorreu principalmente devido à redução ao valor recuperável de US$ 1,4 bilhão nas operações de níquel de Thompson e de US$ 540 milhões no projeto de Extensão da Mina de Voisey’s Bay, após uma revisão aprofundada dos ativos da Vale Base Metals (VBM).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou US$ 3,79 bilhões no trimestre, representando uma queda de 41% em relação ao ano anterior. A expectativa dos analistas consultados pela LSEG era de um lucro de US$ 1,95 bilhão e um Ebitda ajustado de US$ 3,96 bilhões.

No acumulado de 2024, a Vale reportou um lucro líquido de US$ 6,2 bilhões, uma redução de 23% em comparação com o ano anterior. Apesar do resultado, a empresa aprovou o pagamento de US$ 1,984 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio para março de 2025, além da renovação do programa de recompra de até 120 milhões de ações por 18 meses.

O lucro líquido proforma foi de US$ 872 milhões no quarto trimestre, 64% inferior ao do ano anterior, refletindo um menor Ebitda e resultados financeiros mais fracos, impactados pela depreciação do real na marcação a mercado de swaps de obrigações. Já o Ebitda proforma totalizou US$ 4,1 bilhões no período, uma queda de 40% na base anual, mas com crescimento de 9% ante o trimestre anterior, influenciado pela queda nos preços do minério de ferro e menores volumes de vendas.

A receita líquida da Vale atingiu US$ 10,1 bilhões no trimestre, uma retração de 22% em relação ao mesmo período de 2023. A produção de minério de ferro caiu 4,6% no quarto trimestre, após a empresa reduzir a extração de minérios de alta sílica para priorizar produtos com maior margem de lucro. Como resultado, as vendas da commodity recuaram 10,1%, totalizando 81,2 milhões de toneladas.

A dívida líquida expandida da companhia subiu 2% na comparação anual, alcançando US$ 16,5 bilhões. O impacto foi atenuado pelo efeito positivo dos ajustes cambiais nas provisões para reparações dos desastres de Brumadinho e Samarco.