O preço do minério de ferro registra uma queda devido ao impacto negativo gerado pela instabilidade no mercado imobiliário chinês, afetando o otimismo dos investidores.
Nesta terça-feira, os contratos futuros do minério de ferro registraram queda, refletindo as preocupações sobre o endividamento do setor imobiliário na China, o principal mercado consumidor desse minério. Essa tendência contrariou o otimismo anterior em relação aos esforços recentes do país para conter a crise em curso e fortalecer a confiança do mercado.
O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) na China encerrou o dia com uma queda de 1,76%, atingindo 979,5 iuanes (equivalente a 136,46 dólares) por tonelada, marcando o menor valor desde 24 de janeiro.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para março também registrou uma diminuição de 1,94%, atingindo 132,8 dólares por tonelada, também marcando o menor valor desde 24 de janeiro.
O sentimento negativo foi agravado pelo ressurgimento de preocupações com o mercado imobiliário chinês, após um tribunal de Hong Kong decretar a falência da gigante imobiliária China Evergrande na segunda-feira, uma das incorporadoras mais endividadas do mundo.
Além disso, a liquidez no mercado spot diminuiu, pois a maioria das usinas já concluiu o reabastecimento antes do feriado, de acordo com analistas.
Essa reversão aconteceu após os preços do minério terem alcançado máximas de várias semanas na segunda-feira, impulsionados por medidas de apoio ao mercado imobiliário na China, como a flexibilização dos limites de compra de casas em Guangzhou e um corte nas reservas bancárias anunciado pelo banco central chinês na semana passada.
Embora a produção de minério de ferro da Vale, a segunda maior fornecedora mundial, tenha crescido 4,3% em 2023, superando as estimativas da mineradora brasileira para o ano, os embarques da commodity diminuíram.