As ações da Xiaomi dispararam após o anúncio de que a empresa iniciará as entregas do seu primeiro carro.
A empresa chinesa Xiaomi (HK:1810) anunciou nesta terça-feira que começará a realizar as entregas do seu primeiro veículo elétrico, um sedã, ainda este mês, entrando no maior mercado automotivo do mundo em meio a uma intensa competição de preços.
A conhecida fabricante de eletrônicos, incluindo smartphones, revelou que possui 59 lojas em 29 cidades da China, onde os clientes poderão fazer pedidos dos seus veículos. Um evento de lançamento está marcado para o dia 28 de março.
Após o anúncio, as ações da Xiaomi fecharam em forte alta, registrando uma valorização de 11,3%.
As vendas de veículos elétricos na China aumentaram 18% nos dois primeiros meses do ano, aproximadamente o mesmo crescimento de 21% observado durante todo o ano de 2023. Este ano, houve uma série de reduções de preços mais agressivas, lideradas pela principal empresa do mercado, a BYD, para atrair consumidores em meio à desaceleração da demanda doméstica.
Durante a apresentação do sedã Speed Ultra 7 (SU7) em dezembro, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, afirmou que a empresa pretende se tornar uma das cinco maiores montadoras do mundo. O SU7 apresenta uma tecnologia de “super motor elétrico” que promete velocidades de aceleração mais rápidas do que os modelos da Tesla (NASDAQ:TSLA) e os carros elétricos da Porsche (ETR:P911_p).
Analistas apontam que a integração do sistema operacional do carro com os smartphones e outros dispositivos eletrônicos da Xiaomi atrairá os clientes já existentes da empresa.
A Xiaomi tem buscado diversificar seus negócios para o setor de veículos elétricos devido à estagnação da demanda por smartphones – um plano que foi inicialmente divulgado em 2021.
Os carros da empresa serão fabricados por uma unidade da montadora estatal chinesa BAIC Group, em uma fábrica localizada em Pequim com capacidade anual para 200 mil veículos.
A gigante dos smartphones se comprometeu a investir 10 bilhões de dólares em automóveis ao longo de uma década e é uma das poucas novas participantes do mercado de veículos elétricos da China a receber aprovação das autoridades, que têm sido cautelosas em relação ao aumento do excesso de oferta.